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Crises político-jurídicas demandam comunicação especializada

Alguns novos cases importantes foram adicionados, nos últimos dias, à longa lista de episódios em que empresas privadas passaram a ter que lidar com sua inserção no noticiário político-jurídico.

Em um deles, parte da culpa pelo atraso na apuração dos votos do 1º turno das eleições municipais recaiu, a princípio, sobre uma empresa fornecedora do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em outro, uma rede multinacional de supermercados passou a ter que lidar com críticas e manifestações presenciais depois de seguranças terceirizados de uma de suas lojas espancarem e assassinarem um cliente negro.

O envolvimento dos componentes social, político e ideológico em torno de assuntos como a agilidade da apuração dos resultados eleitorais e o necessário combate ao racismo no Brasil fizeram com que as empresas relacionadas aos fatos fossem parar nas páginas e seções dedicadas à política nacional, que incluem também temas ligados ao direito e à Justiça.

Isso ocorreu em todos os veículos (impressos, onlines, de rádio e de TV). Foram mobilizadas as equipes de jornalistas especializados em política e Judiciário para entrar nos casos.

Esses jornalistas, junto com os de economia, são os responsáveis pela produção da quase totalidade do noticiário nacional, geralmente a partir das praças de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. É um grupo restrito de jornalistas, especializados nos temas que abordam e que trabalham numa dinâmica própria, quase sempre muito diferente da rotina dos colegas responsáveis pelas seções de tecnologia e  negócios, às quais as empresas podem estar mais acostumadas.

Para lidar com esse tipo de situação, algumas empresas têm buscado orientação especializada a respeito do noticiário nacional e de temas que envolvem política e Justiça. Os principais objetivos dessa preocupação é ter apoio para poder se posicionar com segurança, conhecendo os riscos e benefícios dessa ação, e estar preparada para lidar com surpresas. Isso ocorre porque o tempo de resposta e a forma e o conteúdo da reação às crises inesperadas são determinantes para a saúde das marcas. O sucesso, os erros e os acertos dessa reação são determinantes para a credibilidade e os resultados da marca dali em diante. Varia, no entanto, a forma como as empresas lidam com isso. Algumas preferem se antecipar, incorporar a prevenção de crise no planejamento de comunicação e, para isso, contratar um aconselhamento especializado permanente, de modo a complementar o trabalho de suas equipes próprias e principais. Outras empresas, no entanto, avaliam a necessidade de lidar com essas situações apenas quando as crises aparecem e, depois disso, reavaliam constantemente a necessidade de manter ou não o apoio especializado.

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