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EUA têm mais de 880 violações contra jornalistas em 2020

O último ano de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos registrou um número muito elevado de violações praticadas contra jornalistas no exercício de suas funções. Até o início de novembro de 2020, já foram registradas mais de 880 ocorrências, segundo levantamento do U.S. Press Freedom Tracker.

O número inclui 84 prisões de jornalistas, mais de 35 violações relacionadas à cobertura eleitoral, 251 agressões contra jornalistas em trabalho, 70 casos de equipamento danificado e 12 revistas ou apreensões de equipamentos.

Levantamento do U.S. Press Freedom Tracker capturado em 9/11/2020.
Levantamento do U.S. Press Freedom Tracker capturado em 9/11/2020.

U.S. Press Freedom Tracker é um observatório que conta com algumas das entidades jornalísticas ou ligadas ao jornalismo mais respeitadas do mundo, como o Repórteres Sem Fronteiras, Investigative Reporters and Editors (IRE)Poynter Institute e o Knight First Amendment Institute at Columbia University.

Black Lives Matter
Segundo as entidades, a liberdade de imprensa enfrenta uma crise nos EUA. O observatório tem registrado também episódios de violação contra jornalistas praticadas especificamente na cobertura dos protestos do Black Lives Matter, um movimento surgido a partir do assassinato, em maio, de George Floyd.

“Um número sem precedentes de jornalistas foram agredidos, presos ou impedidos de documentar a história enquanto cobria os protestos que ocorreram em todo o país após a morte de George Floyd, um homem negro sob custódia policial em Minneapolis”, afirma o U.S. Press Freedom Tracker.

Brasil
Em agosto de 2020, a ONG Artigo 19 divulgou um relatório com a informação de que 82 ataques a jornalistas e comunicadores que realizavam coberturas relacionadas à pandemia haviam sido registradas desde a confirmação dos primeiros casos da doença no Brasil. “Os dados mostram ainda que 72% dos ataques registrados foram realizados diretamente por membros do Governo Federal, pelo Presidente da República e políticos associados”, afirmou a ONG.

Entre os exemplos concretos citados no relatório estão os episódios em que o presidente Jair Bolsonaro ameaçou agredir fisicamente um jornalista de O Globo, qualificou profissionais de imprensa como ‘bundão’ e afirmou que chance de jornalistas sobreviverem à Covid-19 é menor.

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