O que o New York Mets, time de baseball, tem em comum com o Santos, um dos maiores e mais importantes clubes da história do futebol? Num intervalo de poucos meses, ambos se envolveram e lidaram de forma equivocada com crises de reputação provocadas pelo envolvimento de novos contratados em escândalos sexuais.
No caso do Mets, o escândalo foi revelado em 18 de janeiro de 2021, pela ESPN. Segundo a reportagem, o gerente geral dos Mets, Jared Porter, enviou mensagens e fotos de cunho sexual explícito não solicitadas a uma jornalista estrangeira que cobria a liga de baseball em 2016, quando ele trabalhava para o Chicago Cubs. À reportagem, que começou a apuração em 2017, ele admitiu os envios, inclusive a foto de um pênis ereto –que ele diz, no entanto, ser de banco de imagens.
O site PR News, uma das principais publicações especializadas na área de relações públicas, registrou que os Mets demitiram o executivo no dia seguinte à revelação do caso, o que foi uma ação positiva de cuidado com a própria imagem e de demonstração de compreensão sobre o ocorrido. O novo dono do clube, o bilionário Steven Cohen, foi ao Twitter manifestar “tolerância zero” com esse tipo de conduta. Em seguida, no entanto, começaram os erros.
Nas declarações que deu em reação à história, o presidente do Mets, Sandy Alderson, nunca reconheceu ter errado ao contratar Porter, passou a bola para o antigo empregador do executivo (que também alegou não saber dos fatos antes da reportagem) e deu a entender que não poderia ter evitado a situação –mesmo com a ESPN tendo revelado que, ao menos um funcionário do Cubs estava ciente do ocorrido. Ou seja: entrou num debate perdido e desnecessário.
No caso do Santos, a contratação de Robinho ocorreu em 10 de outubro de 2020, quando já se sabia das acusações de estupro que pesam contra ele na Itália, onde ele já tem condenação em 1ª instância. O fato gerou reação no Brasil. Em 16 de outubro, o repórter Lucas Ferraz revelou, no site Globo Esporte, trechos da sentença judicial e da transcrição dos grampos que levaram o jogador a ser condenado em primeira instância na Itália. O Santos perdeu patrocinadores e enfrentou uma forte pressão até suspender o contrato, também em 16 de outubro. O erro da contratação também não foi assumido até agora pelo clube.
